A indústria da moda é uma das mais poluidoras do mundo. E grande parte da produção de tecidos, tingimentos e peças são feitas na China, por conta do baixo custo. Com isso, a última edição da semana de moda em Xangai, lançou um espaço chamado “Green Code”, aberto paralelamente ao evento, com a proposta de introduzir cada vez mais a moda sustentável aos consumidores.

O Green Code se dividiu em duas áreas com lojas pop-up (que alugam espaços comerciais por uma curta temporada para diversas marcas, normalmente onlines) e passarelas. E todas as marcas participantes da semana de moda, se responsabilizam de maneira sustentável por parte ou por toda a sua produção.

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Bolsas da marca Matter Matters, em loja Pop up.

 

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Marca Ban Xiaoxue, também em uma loja pop-up.

 

Do lado de fora do local, ainda, havia uma caixa para que roupas antigas fossem doadas. Um grande avanço para os chineses, pois culturalmente há uma certa barreira contra roupas usadas.

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Caixa de roupas para serem doadas, no Green Code.

Mas não é só a China que tem se preocupado com a uma moda mais sustentável. No Brasil, vem se instalando uma nova tendência, a de “armários compartilhados”, adotado já em vários estados, como Rio, São Paulo e Goiânia. Cada um apresenta suas regras para devolução das peças e escolha, mas basicamente a tendência se baseia na economia compartilhada, pensando na redução de lixo, diminuição de consumo e no slow fashion.

Confira alguns “armários compartilhados” em destaque:

Em Goiânia e no Rio fica o Lucid Bag, das criadoras Luciana Nunes, Naya Violeta e Salamandra de Fogo, lá todo mês o “armário compartilhado” é reformulado com looks novos. Participam também da Malha, uma comunidade de lojas pop-up. Elas tem o apoio da marca upcycling de calças jeans, Think Blue e da Insecta Shoes, de sapatos veganos. Na Lucid, com R$ 150,00 você usa 10 peças (sem tempo determinado pra usar, até acabar sua cota), e pode deixar outras 10 peças, compartilhando o lucro com eles.

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Lucid Bag.

Em São Paulo, no bairro Pinheiros, fica a “Roupateca, entre nós”, com um incrível acervo de marcas como Crua Design, Insecta Shoes, Nick Name, Yes I Am, Joulik, Jouer Couture, Comas, Ada, Kimonaria e Minimal. As sócias Nathália Roberto e Daniela Ribeiro, explicam que o projeto “tem como objetivo fazer com que as pessoas, juntas, em rede, sejam mais importantes que a roupa que consomem.” Considerando o ato de se vestir, um ato político e uma reflexão: “Por que você precisa comprar tudo o que você tem desejo de usar?”

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Roupateca.

Existe ainda, o My Open Closet, outro “armário compartilhado”, porém online, da Lorena Oliveira, onde é possível alugar vestidos de marca como Valentino, Pucci, D&G e Vivaz, a partir de R$150,00. Na plataforma, você consegue também compartilhar seus vestidos de festa parados em um esquema de dois planos: o “básico”, no qual você mantém as peças em casa e fica responsável pelo envio e lavagem; ou o “concierge”, onde a equipe da empresa faz tudo por você.

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